Há filósofos, como MARCO SOLINAS, que discordam dessa aproximação entre darwinismo e aristotelismo.

Em seu livro “Da Teleologia de Aristóteles às Genealogias de Darwin: a marca da inutilidade”, Marco Solinas esmiúça a distinção básica entre as duas formas de pensar e conclui pela sua incompatibilidade.

“A natureza deu flautas aos flautistas”: essa máxima resume a perspectiva anti-evolutiva do aristotelismo.

Uma flauta com quem não sabe tocá-la? Isso contrariaria frontalmente o aristotelismo! A natureza é perfeita a nada faz em vão!

O adágio completo de Aristóteles, que confirma sua visão de perfeição da Natureza.

Se a natureza conferiu órgãos de maneira tão parcimoniosa, por que a toupeira, que vive no escuro, tem olhos?

Darwin conheceu bem o tuco-tuco sulamericano, e o achava ainda mais interessante do que a toupeira!

Outro exemplo, conhecido de todos, o Tenebrio molitor. Este besouro põe por terra o aristotelismo! Ouça poque…

Esses besouros podem ser criados em casa com facilidade (e higiene!) como pets! Eles não voam (não fazem mal algum). Da plateia alguém lembra que suas larvas, fritas, são deliciosas…

Eles não voam, mas têm asas! A natureza nada faz em vão? Então porque lhe conferiu asas, se não são utilizadas?

Para que servem as asas dos morcegos? Para agasalhá-los?