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Sustentabilidade Ambiental: seu livro pratica o que ensina?

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Sustentabilidade Ambiental:  seu livro pratica o que ensina?

O ensino das práticas sustentáveis é imprescindível para que possamos enfrentar os enormes desafios ambientais que se apresentam. Mudar práticas tradicionais é difícil, mas deve ser parte de um esforço para o benefício do planeta, paras que as futuras gerações não devam pagar a conta da dívida ambiental que estamos criando hoje.
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A discussão sobre Sustentabilidade deve, sem dúvida, fazer parte do ensino de Biologia na educação básica e nenhum professor duvida disso. No entanto, é preciso ir fundo e repensar diversas práticas que, por serem repetidas de há muito, parecem invariáveis. Uma delas tem a ver com o papel do livro didático, justamente o portador de informações sobre sustentabilidade.

Pouca gente se dá conta que os impressos comerciais geralmente são produzidos em papel brilhante, o chamado “papel couche”. Além de papel, há camadas minerais de revestimento (“coating”), que têm por base gesso, recobrindo-o e isso tem importante consequências para a Sustentabilidade, mas também para seu bolso e sua coluna vertebral!

O papel para impressão com acabamento de qualidade, de que são feitos os livros literários, é o chamado “papel offset” e pode ser de vários tipos, com peso (por metro quadrado) de 90 e 120g. Já o “papel couche” pode ter o triplo disso, o que significa muito mais peso para levar da escola para casa. Além disso, embora proporcione impressão de qualidade, o “papel offset” é mais barato, proporcionando economia.

No entanto, um aspecto ainda mais importante se refere à dimensão ambiental. O “papel offset” é 100% reciclável, ou seja, pode ser utilizado como matéria prima para produzir outros tipos de papel. Já o “papel couche” demanda tecnologia muito mais dispendiosa, tanto do ponto de vista econômico, como ambiental, e permite reciclagem apenas parcial, sem possibilidade de reciclagem da carga mineral, altamente poluente.

Para ter uma boa ideia do que isso representa, pode-se fazer uma prática na escola com “papel couche” de impressos comerciais ou livros velhos e papel sulfite comum. Veja as dicas:

1-      Pegue uma folha de “papel couchê”, pique e coloque com 250 mL de água e leve ao liquidificador.

2-      Repita a operação com “papel offset”, como uma folha de papel sulfite.

3-      Espalhe o conteúdo em um prato e observe sua consistência.

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Observe as imagens acima, antes e depois de passar pelo liquidificador. O “papel offset” forma uma pasta líquida homogênea pouco viscosa, o que indica que pode ser facilmente laminado, sem descontinuidades. Isso é essencial para a reciclagem.

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Já o “papel couche” forma uma pasta heterogênea viscosa, com aspecto de “podre”. Parte do conteúdo mineral do papel passa para o estado coloidal, enquanto as fibras de celulose ficam adesivas com resíduos minerais, formando grumos de consistência plástica, o que impede a laminação. A separação da parte orgânica da mineral requer muita água e gera resíduos altamente poluentes.

 

Não por acaso, a indústria de reciclagem de papel paga muito menos por aparas de “papel couche” do que os das aparas de “papel offset”. Ao reciclar, separe os dois tipos, pois a remuneração é calculada pela fração de menor valor (contrariamente a o que fazem as pizzarias!).

Confira o tipo de papel do livro que você usa para ensinar Sustentabilidade! É papel 100% reciclável?

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